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Autismo em gatos: entenda como ocorre, e o que fazer

Animais são muito utilizados em terapias com crianças autistas. Mas, embora raro, o autismo em gatos é possível. O assunto divide opiniões, e hoje vou esclarecer alguns pontos sobre ele, para que você entenda melhor essa condição.

Há quem duvide que o autismo possa estar presente em cães e gatos. Por outro lado, alguns bichos domésticos apresentam sintomas bastante parecidos com os do autismo em seres humanos, levando profissionais especializados a fazer uma correlação.

Não faltam teorias sobre as causas do autismo em pessoas e animais. Não é minha intenção aqui analisar cada uma delas, e, sim, apontar certos indícios, além de sintomas e possíveis tratamentos para ajudar a melhorar a qualidade de vida do animal e o relacionamento com a família.

Acredita-se que, nos pets, o autismo tenha origem ambiental/social, mas que também possa ser passada de um dos pais ou parente, isto é, transmitida geneticamente.

De qualquer forma, aqui estão os principais sintomas considerados em cães e gatos com autismo, apesar de alguns apresentarem sinais muito sutis, difíceis de serem reconhecidos:

  • Ações repetitivas – o autismo em gatos costuma ser manifestado através de uma rotina ou sintomas de compulsão
  • Apatia
  • Incapacidade de demonstrar alegria, medo e outros sentimentos
  • Comportamento limitado – pets autistas tendem a ser restritos, realizando somente algumas atividades, evitando novos movimentos e jogos, como ocorre com os humanos
  • Falta de atividade, inclusive quando o gato ou cachorro é de uma raça originalmente com alta energia
  • Interação disfuncional com outros animais domésticos ou tutor

E mais: há relatos de tutores afirmando que seus pets organizam brinquedos de acordo com seu formato, tamanho e cores, levando a crer que os animais têm autismo. Aliás, este traço de comportamento é encontrado em crianças com essa condição.

Diz-se que, para caracterizar o autismo em gatos, os sintomas citados anteriormente devem aparecer desde a fase filhote. Com isso, o bicho não é capaz de interagir adequadamente com sua mãe ou irmãos.

Chegar à conclusão de que um pet tem autismo não é tarefa fácil, uma vez que nem sempre há um comportamento específico. Todavia, é essencial ficar atento e, em caso de suspeita, redobrar os cuidados para tentar auxiliar o animal.

Já falei aqui no blog da particularidade de alguns felinos no sentido de serem menos tolerantes com mudanças de rotina. Quando o assunto é autismo em gatos, os bichanos precisam de ajuda especial diante de novas situações. O ideal mesmo é evitar alterações no dia a dia, principalmente troca de tutor ou casa.

Então, para manter o animal o mais equilibrado possível, é vital garantir a manutenção de um cronograma, além de não trocar as posições de móveis e outros objetos. A ideia é estimular a sensação de conforto por conta de lugares familiares.

Outra dica é: mesmo que o gato não demonstre carinho ou desejo por ele, os tutores não podem deixar de demonstrar seu afeto. E o autismo em gatos não deve ser considerada uma doença!

Não existe cura para essa condição. Só que até os bichos podem receber acompanhamento psicológico para melhorar em certos aspectos, sabia? O aconselhamento profissional é capaz de ajudar o gato ou cachorro a ficar mais cooperativo, aberto. Sim, existe psicologia para os pets!

Aviso: Este post tem a função de informar. Não substitui consultas e tratamentos com veterinário e outros cuidados com os animais de estimação. Consulte sempre um profissional especializado para tratar seu pet com toda a atenção e o conhecimento que ele merece e precisa.

Autismo em gatos: considerações finais

Antes de encerrar, acredito que é relevante lembrar que gatos são muito diferentes de humanos. O que acontece é um certo esquecimento em relação a isso, e pessoas acabam interpretando o comportamento animal baseadas em comparações com o nosso. Trata-se de um grande erro.

Gatos não percebem o mundo da mesma forma que nós e, portanto, sua interação social não pode ser igual – por mais que tenham características que lembrem as nossas. E em função desta confusão, há quem ligue uma particularidade felina ao autismo.

Por exemplo: uma raça mais independente, restrita, às vezes antissocial, pode ser confundida com autista. Ou seja, basta o bichano ser do tipo mais relutante nas interações com outros animais e pessoas e, pronto, já ganha o “título” de autista.

Converse com profissionais capacitados e entenda melhor a saúde física e mental do seu amigo peludo.

Até breve!

 

 

Imagens: Pixabay

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