Marsupiais

Marsupiais Brasileiros: gambá é um deles; saiba mais

Há quase 300 espécies conhecidas de marsupiais no planeta, sendo que umas 200, incluindo cangurus e coalas, estão na Austrália e redondezas. Mas também existem os marsupiais brasileiros. É o que você vai ver hoje!

Cerca de 70 variedades de marsupiais são nativas da América do Sul e América Central. No Brasil, são conhecidas 44 espécies – uma delas, a cuíca de colete (Caluromysiops irrupta), é natural de Rondônia. Infelizmente, este animal faz parte da lista oficial de ameaçados de extinção, mais precisamente na categoria criticamente comprometida.

Entretanto, existem dúvidas quando ao real estado de conservação das espécies catalogadas, e estima-se que há diversas outras ainda a serem descritas. E mais: até mesmo os marsupiais brasileiros registrados passam por reclassificação atualmente, a partir de novos estudos genéticos que supõem parentescos entre eles.

O problema é que não fácil conseguir pesquisas sobre esses animais, devido ao pequeno número de especialistas. O que é agravado em função dos obstáculos na observação direta. É que boa parte dos marsupiais brasileiros tem tamanho reduzido, hábito noturno e habilidade para se esconder das armadilhas de coleta.

Os marsupiais do Brasil mais comuns, encontrados em quase todo o território nacional, são o gambá de orelha branca (Didelphis albiventris) e o gambá de orelha preta (D. marsupialis).

O gambá-comum (Didelphis aurita) também é um exemplo entre os marsupiais brasileiros, porém, com distribuição ligeiramente mais restrita. Ele ocorre nas regiões com remanescentes de florestas primárias e secundárias da Mata Atlântica e da Mata de Araucária.

Os três são numerosos, apesar de serem caçados para consumo de sobrevivência e por invadirem galinheiros e viveiros. Por outro lado, tiram vantagem dos ambientes alterados pelo homem, conseguindo neles abrigo e uma boa oferta concentrada de alimentos.

Marsupiais: por que têm este nome, você sabe?

Os gambás e as quase desconhecidas cuícas e catitas fazem parte do grupo de marsupiais, uma categoria diferente cujos filhotes nascem “incompletos” após uma curta gestação. Na prática, chegam ao mundo pelados e cegos, depois de aproximadamente duas semanas dentro do ventre materno.

O instinto faz com que os recém-nascidos arrastem seu frágeis corpos até as mamas da mãe, e é lá que ficam agarrados durante dois ou três meses, quando o desenvolvimento é completado.

Outra curiosidade é que, em diversas espécies, as glândulas mamárias, localizadas no ventre da fêmea, contam com uma bolsa ou prega de pele conhecida como marsúpio.

O modo de crescimento do feto marsupial é uma distinção com cerca de 130 milhões de anos. Lembrando que a maioria dos demais mamíferos é placentária, isto é, os filhotes passam por uma gestação de meses e saem praticamente prontos para a vida fora da proteção materna.

Marsupiais brasileiros: conheça melhor os gambás

Os gambás têm 35 cm de comprimento e 1,5 kg, em média. Sua cauda é longa e preênsil. Significa que ela funciona como uma “mão” extra durante as subidas nas árvores ou construções.

São animais capazes de viver até 7 anos em cativeiro e por volta de 2 ao ar livre. O motivo é que o habitat natural é mais perigoso porque, em geral, gambás não são muito rápidos. Devido ao seu sistema de termorregulação pouco eficiente, não são tão bons nas fugas, ao contrário da maior parte dos marsupiais.

Então, acabam sendo presas fáceis de mamíferos carnívoros, corujas e serpentes. Principalmente se estiverem distraídos caçando seus alimentos preferidos. Onívoros, os gambás comem ovos, filhotes de aves, invertebrados e frutas. Contudo, não dispensam nem lixo e o que mais estiver à disposição.

Os gambás ficam entocados em qualquer cantinho vazio, especialmente em muros, lajes e tetos. Quase sempre solitários, usam o cheiro para encontrar parceiros, criando verdadeiras “trilhas” de odores nos lugares por onde passam.

Para isso, usam saliva e substâncias secretadas pelas glândulas de suas axilas. No período de acasalamento, os rastros ficam mais fortes.

Interessante, né?

Até breve com muito mais curiosidades sobre o reino animal!

 

Imagens: Alex Popovkin – Flickr CCO

 

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