O que peixe come? A resposta depende da espécie

Existe uma biodiversidade infinita de peixes e muitos animais marinhos desconhecidos. Por isso a questão de o que peixe come, é muito procurada.

Estima-se que temos conhecimento de apenas 10% das espécies que existem de fato no mar. Peixes de lagos e rios também compõem uma parte gigante de espécies diferentes de peixes conhecidas e que têm importância econômica.

O interesse pela alimentação dos peixes se dá de acordo com a necessidade de criação destes animais em ambientes, lagos e aquários artificiais. Devido a uma infinidade de espécies marinhas é difícil definir um tipo de dieta que valha para todos estes peixes, então foi designada uma classificação para estabelecer o tipo de hábitos alimentares desses animais.

Classificação de hábitos alimentares

Há suposições sobre a existência de raras espécies de peixes que assimilam o seu próprio alimento, e se fazem isso são quimiossintetizantes, e vivem em águas muito profundas. Por isso os peixes são classificados em:

• Herbívoros: Se alimentam de plantas e algas;
• Carnívoros: Comem animais pequenos, como insetos, crustáceos, e outros peixes;
• Detritívoros: Que se alimentam de restos de matéria orgânica.
• Onívoros: Comem de tudo.

Todos estes são heterotróficos consumidores na cadeia alimentar, pois não produzem o seu próprio alimento e consomem espécies produtoras.

Em aquários, lagos artificiais e outros tanques utilizados para criação de peixes, a chamada piscicultura, é empregado o uso de rações industrializadas para a maioria das espécies. Teoricamente essas rações deveriam sanar todas as demandas de nutrientes e vitaminas para manter o peixe, assim como fornecer caloria e todos os demais itens da dieta natural.

Porém, alguns peixes necessitam que seja disponibilizado algas e plantas para suplementação de sua dieta, além da ração. De mesmo modo para peixes carnívoros deve ser oferecido carne de outros peixes, crustáceos, além da ração usual.

O tipo de alimento para o peixe vai depender da espécie e do objetivo de esta estar sendo criada. Em ambientes aquáticos naturais os peixes possuem hábitos muito diferenciados e vivem em diferentes habitats que, por sua vez, oferecem uma variada opção de alimento para esses animais.

Como é a digestão dos peixes

A digestão de alimentos nos peixes se dá no seu intestino, os quais variam de peixe para peixe.

Em peixes carnívoros o sistema digestivo é um pouco menor, e são caracterizadas por apresentar bocas grandes, mandíbulas fortes e dentes afiados, como no caso de peixes predadores  de água doce como a piranha e como  alguns tubarões .

As espécies que ingerem todo o tipo de alimento são as onívoras, um exemplar destas espécies terrestres são os marsupiais, e entre os peixes podemos citar o cascudo de água doce e também o baiacu de águas salgadas.

Por outro lado, as espécies exclusivamente também possuem dentes especializados para comer vegetais e algas e fitoplanctons, como a carpa-capim, hábitos alimentares os quais são eficientes para a nutrição rica em fibras.

Peixes carnívoros para aquário

Estes peixes preferem alimento vivo, porém adaptam-se em sua maioria à rações e espécies vegetais.

• Piranha;
• Baiacu;
• Acará;

Os peixes que comem animais vivos fazem muita bagunça ao se alimentar, e para isso o sistema de filtragem da água deve ser muito eficiente. Isso porque restos de alimentos podem propiciar o desenvolvimento de bactéria e patógenos prejudiciais aos peixes.

Diferentemente das piranhas que vivem em cardumes, os baiacus são muito agressivos e é preferível deixá-los viver isolados. Para criação destes peixes é necessário muito cuidado, a fim de evitar acidentes.

Peixes herbívoros para aquário

Animais ornamentais para aquário costumam, em sua maioria serem herbívoros. Logo a alimentação é a base de plantas, algas ou apenas ração. São muito mais simples de cuidar em termos nutritivos. Alguns exemplos são:

• Peixe espada;
• Molinésia;
• Carpa.

Criadores de peixes ornamentais podem acondicionar diferentes espécies no mesmo tanque ou aquário de forma tranquila, pois são peixes mais dóceis e calmos, salvo algumas exceções como o peixe Beta.

Peixes onívoros para aquário

Os peixes onívoros não só se alimentam de plantas e peixes, vivos ou mortos, como devem ter quantidades equilibradas deles em sua dieta. São peixes relativamente fáceis de alimentar, alguns exemplos são:

• Lambari;
• Pacu.

Para alimentar-se esses peixinhos possuem dentes para triturar e roer, e seu sistema digestivo assemelha-se aos invertebrados.

Espécies exóticas

Existem muitos peixes exóticos para criação em aquários e que podem ser alimentados de diversas formas, de acordo com a espécie.

Por isso é importante consultar um especialista antes de adquirir o bichinho. Trouxemos aqui algumas sugestões de animais exóticos para aquário e suas respectivas alimentações:

• Peixe-cofre-amarelo: Alimenta-se de crustáceos, moluscos e esponjas do mar;
• Peixe Leão: pequenos peixes;
• Ciclídeos: São bem dóceis com humanos, mas ariscos perto de outros peixes, comem vegetais e ração na mão de seus donos.

Preservação das espécies

Recomenda-se que sejam comprados animais apenas em locais autorizados para venda, visto que esse sistema de regulamentação é feito para proteger as espécies nativas dos riscos de extinção.

Por este motivo os órgãos federais e estaduais de proteção ao meio ambiente realizam rigorosamente a fiscalização do comércio, pois a caça e pesca ilegal podem prejudicar a cadeia alimentar e causar desequilíbrios ecológicos.

Após saber o que peixe come, é possível então inferir que toda e qualquer espécie é importante para a manutenção da biodiversidade. Animais que servem de alimento para peixes carnívoros, têm hábitos alimentares herbívoros em sua maioria.

E peixes carnívoros servirão de alimento para seus predadores, que servirão de alimento para outros animais, como ursos e também para a nossa alimentação.

Peixes são ricos em ômega 3 e também em proteínas. Nem todas as espécies servem para consumo e algumas oferecem riscos alimentares. Portanto, é importante conhecer as espécies próprias para consumo, bem como o modo de preparo para evitar contaminação e transmissão de verminoses a partir do consumo de peixes.

Outros benefícios em se criar peixes em tanques para reprodução e crescimento é o comércio e exportação. Peixes, como o panga tem sido a base da economia do Vietnã e introduzidos para reprodução no Brasil.

A manutenção destes animais é bastante simples e a questão de o que peixe come pode ser sanada com alimentos a base de ração. Outras atividades econômicas baseiam-se na produção de piscicultura, e muitas vezes são desenvolvidas por amantes de peixes.