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Peixe-lua: características, habitat e reprodução

Peixe-lua: características, habitat e reprodução

O Peixe-Lua é conhecido por seu tamanho colossal, que chega a pesar duas toneladas quando adulto, atinge cerca de 4,5 metros de altura, por 3,5 de largura sendo o maior e mais pesado peixe ósseo do mundo. É considerado um peixe de porte grande, em que as fêmeas são maiores que os machos.

Além disso, possui uma morfologia bem diferente a contar pela remodelação da coluna vertebral que deu origem a uma estrutura larga e dura denominada clavus. Possui pele prateada e muito áspera.

Nome científico e características

Mola mola é seu nome científico que foi cunhado pelo naturalista sueco Carl Linnaeus na década de 1700, é derivado latim, que significa mó uma pedra em formato circular que era usada em moinhos e é parecida com o corpo do animal. Esse peixe é considerado um bom nadador alcançando altas velocidades e movimentos horizontais precisos.

Com corpo inconfundível, parece ter sido cortado ao meio. No lugar da cauda anal tem apenas um pequeno contorno, que lhe dá formato arredondado e circular. As barbatanas dorsal e anal são seus meios de propulsão para locomoção.

Histórico do Peixe-Lua

Antigamente acreditava-se que sua dieta era baseada somente em águas-vivas. No entanto descobriu-se que também se alimenta de pequenos peixes e algas. Por esse motivo podem morrer sufocados ao confundirem sacolas plásticas com esses animais.

Os peixes mais jovens são mais vulneráveis, apesar de não ter muitos predadores quando adultos as orcas, grandes tubarões e leões marinhos podem representar uma ameaça à espécie. No entanto, a grossura e o tamanho da pele desencorajam os predadores.

De comportamento dócil, não apresenta riscos aos seres humanos. A não ser quando pula sobre botes e pequenos barcos o que não é tão incomum. Acredita-se que esses animais façam esses pulos para se livrar de parasitas sobre a pele.

Peixe-lua: características, habitat e reprodução

O seu habitat natural

O peixe-lua é encontrado em quase todo o mundo, a cerca de 30 a 70 metros de profundidade. Mas pode também estar desde a superfície até 480m. De águas tropicais e temperadas, é uma espécie que faz migração de acordo com a estação e a temperatura da água. Exemplo disso é no final da primavera quando esses fazem a rota da região oeste do Atlântico Norte para as águas frias do Golfo de Maine, onde passam a maior parte do tempo. No verão esses peixes migram para águas mais rasas e costeiras, onde costumam ser vistos pela população e pescadores, retornando no fim para o percurso de início.

Reprodução

Uma única fêmea é capaz de reproduzir 300 milhões de ovos por vez, que torna esse vertebrado o mais fértil do mundo. Sua fecundação é externa, onde a fêmea lança os óvulos na água que encontram os espermatozoides. O desenvolvimento dos óvulos nos ovários dá-se em diferentes etapas. Sua estratégia reprodutiva é bem arriscada já que basicamente é lançar óvulos e espermatozoides na água. Eles não possuem rituais de acasalamento, apenas aproveitam a proximidade de outros peixes-lua.

As larvas são extremamente pequenas, possuem apenas 2mm de comprimento e crescem rapidamente. O crescimento até a fase adulta é constituído em duas etapas larvais a primeira sendo com um par de nadadeiras peitorais, uma nadadeira caudal e espinhos no corpo e a segunda onde a caudal é totalmente absorvida dando origem ao clavus.

Em cativeiro o peixe lua vive de 8 a 10 anos e se desenvolve em uma média de 0.82 kg/dia, em comparação com uma taxa média de outros teleósteos de 0.02-0.29 kg/dia. O que lhe dá alta taxa de crescimento em razão dos demais. Devido ao seu enorme tamanho deve ingerir grandes quantidades de alimento para manter seu peso e tamanho.

Segurança alimentar

Essa espécie possui muitos parasitas que se acredita vir por conta da alimentação baseada em zooplâncton. Águas-vivas são hospedeiros intermediários de larvas de cestoda, nematoda, trematoda. Entretanto, como método de defesa esses adotam medidas como liberar grandes quantidades de muco na pele para impedir a adesão desses. Além disso, também ficam na superfície o que faz pesquisadores acreditarem que é para que pequenos peixes e aves comam os organismos invasores. E também quando pulam fora da água é uma tentativa para que os parasitas caiam de seu corpo.

Um dos hábitos estranhos do peixe lua é após mergulhos profundos em águas frias, em que podem descer até 600 metros, ficam nas superfícies para se aquecer. Não raro são confundidos com tubarões já que costumam deixar suas enormes barbatanas para fora da água.

Por liberarem neurotoxinas parecidas com as dos baiacus podem ser venenosos aos seres humanos caso não seja manuseado corretamente, por isso seu consumo não é difundido. Por esse quesito não é uma espécie muito comercializada, mas alguns países como Japão e Taiwan existe um mercado interno. Pode ser consumido frito ou grelhado e algumas partes ainda são usadas na medicina tradicional chinesa.

Pertencente à ordem Tetraodontiformes, são conhecidas cinco espécies dentre as quais a Mola mola é a mais difundida e a Mola tecta foi descoberta em 2017 depois de mais de 130 anos da primeira.

Uma espécie sociável tolera a presença de aves e pequenos peixes que comem parasitas em suas peles quando na superfície. Também permite a aproximação de nadadores, sendo inofensiva e chegando até a se aproximar para uma investigação amistosa que permite selfies que circulam nas redes sociais.

Peixe-lua: características, habitat e reprodução

O que podemos concluir sobre o Peixe-Lua?

Atualmente não se tem muita informação sobre os estados de conservação dos peixes lua, no entanto acredita-se que possua populações estáveis. O regulamento em relação a espécie não está atualizado, o que leva muitos indivíduos a morte quando são apanhados por engano em rede de pescadores que os retornam ao mar sem as nadadeiras. Por passarem muito tempo a superfície são facilmente pescados por redes derivantes. Consequentemente são vítimas da chamada pesca dirigida, que visa capturar outros peixes, mas acabam levando também os peixes lua, o que é denominado pesca acessória.

Uma curiosidade é que hoje o Peixe-Lua pode ser visitado no Oceanário de Lisboa que possui dois exemplares da espécie no tanque central. Não há muitas quantidades desse animal em cativeiro pela grande exigência de cuidados que a espécie demanda, dada suas peculiaridades como alimentação, reprodução e migração.

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