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Piometra: causas, sintomas e tratamentos

Piometra

Piometra é uma espécie de infecção secundária, resultante da ocorrência de alterações hormonais dentro do trato reprodutivo de uma cadela. Após o acontecimento do estro, a progesterona (um tipo de hormônio) permanece elevada por até 2 meses. Dessa forma, acaba fazendo com que os revestimentos do útero fiquem mais espessos na preparação da gravidez.

Se essa gravidez não acontecer por alguns ciclos consecutivos do estro, os revestimentos uterinos continuam aumentando sua espessura. Por fim, acaba formando cistos no tecido uterino (uma condição de nome hiperplasia do endométrio cístico). Os revestimentos císticos espessos secretam fluidos que acabam criando um bom ambiente para que bactérias cresçam.

Ademais, os músculos uterinos não podem se contrair de forma adequada devido à espessura das paredes. Isso quer dizer que as bactérias intrusas no útero e os líquidos acumulados não conseguirão ser expelidos.

Durante o período do estro, os glóbulos brancos, normalmente responsáveis pela proteção contra infecções pelas bactérias eliminadas, acabam não entrando no útero. Tal ocorrência normal garante que os espermatozoides entrem com segurança dentro do trato reprodutivo de uma fêmea. Mas, nas devidas condições, sem estar destruído ou danificado pelas células do sistema imunológico.

A combinação desses três fatores geralmente pode levar a infecções com risco de vida ou piometria.

Em que momento a piometra ocorre e quais são seus sinais clínicos?

A piometra está passível de acontecer em todas as cadelas jovens e de meia idade, sexualmente intactas. Entretanto, é bem mais comum nos animais mais velhos. Ela ocorre geralmente de 2 a 8 semanas depois do último estro.

Posteriormente a muitos ciclos estrais sem gravidez, as paredes uterinas sofrem as alterações responsáveis pela promoção da doença.

Os sintomas dependem de o colo uterino permanecer aberto ou não. Quando aberto, a secreção será drenada do útero por meio da vagina para o exterior. Uma descarga anormal é frequentemente vista:

  • Na pele;
  • No pelo por cima da cauda;
  • Nas roupas de cama;
  • Nos móveis onde o animal foi colocado recentemente.

Febre, letargia, anorexia e depressão podem ou não estar presentes.

Estando o colo do útero fechado, o pus formado não é capaz de drenar para fora. Recolhe-se, permitindo que o abdômen se distenda. As bactérias passam a liberar toxinas absorvidas na corrente sanguínea e que afetam a capacidade do rim de reter líquidos.

Cadelas que sofrem de piometra fechada ficam extremamente doentes muito rapidamente. Elas permanecem anoréticas, muito apáticas e muito deprimidas. Diarreia ou vômitos podem surgir também.

Piometra

Como a piometria é diagnosticada?

As cadelas examinadas no início da doença podem apresentar um ligeiro corrimento vaginal e não apresentar outros sinais de doença. No entanto, na maioria dos animais, a piometria só aparece quando está em estágio mais avançado.

A recomendação, ao se notar alterações na urina ou no abdômen, é levar a cadela ao veterinário. Se o diagnóstico for positivo, ela apresentará uma elevação grave na contagem dos glóbulos brancos, bem como das globulinas (uma proteína frequentemente associada ao sistema imunológico) dentro do sangue.

A específica concentração (gravidade) da urina é comumente baixa devido ao efeito tóxico das bactérias nos rins. Entretanto, tais alterações não se consideram específicas, podendo marcar presença nos animais que sofram de infecções bacterianas importantes.

Com um colo do útero estando fechado, o raio x (radiografia) do abdômen identificará o aumento relativo no órgão. Entretanto, quando aberto, a expansão uterina se apresentará mínima, portanto, o raio x será inconclusivo.

O exame de ultrassom pode ser útil para identificar um útero disforme e diferenciá-lo da gravidez normal. As alterações ultrassonográficas que indicam piometra incluem:

  • Aumento no tamanho do útero;
  • Paredes uterinas espessadas;
  • Acúmulo do líquido dentro do útero.

Como a piometra é tratada?

O recurso terapêutico que é mais indicado é uma extração cirúrgica do órgão, bem como de ovários que estão infectados. A isso dá-se o nome de ovario-histerectomia (castração). Tal procedimento é um pouco mais complicado do que uma castração de rotina.

Um dos agravantes é o diagnostico tardio, o que resulta em ainda mais complicações cirúrgicas e em um período mais longo de hospitalização. Fluidos intravenosos são necessários para estabilizar o animal antes e depois da cirurgia. Antibióticos geralmente são administrados por 2 semanas após todo o processo.

Para os tutores que se preocupam demais com o pet e têm medo de uma cirurgia, há uma abordagem médica para o tratamento da doença. Entretanto, a percentagem de sucesso é extremamente variável, mantendo uma taxa de riscos consideráveis ​​e possíveis complicações a longo prazo.

Piometra

As prostaglandinas

As prostaglandinas, ou hormônios, reduzem os níveis de progesterona na circulação sanguínea. Elas relaxam, bem como abrem o útero, causando algumas contrações, eliminando as bactérias e a secreção. Esses hormônios podem ser utilizados ​​para curar esta doença, mas, como dito anteriormente, nem sempre são eficazes e têm algumas deficiências importantes.

  • As   prostaglandinas causam efeitos colaterais, incluindo inquietação, ofegante, vômito, defecação, salivação e dor abdominal. Os efeitos colaterais ocorrem alguns minutos após a administração e podem durar algumas horas. Eles se tornam progressivamente mais leves a cada tratamento sucessivo. A dor pode ser reduzida andando ou exercitando a cadela por cerca de 30 minutos após uma injeção;
  • Não há melhora clínica por cerca de 48 horas; portanto, os animais que estão gravemente doentes e precisam de tratamento imediato são maus candidatos;
  • Como as prostaglandinas provocam a constrição do útero, é possível que ele se rompa e espalhe a infecção na cavidade abdominal. Isso resulta em uma condição severamente fatal, conhecida como peritonite. É mais provável que isso aconteça no momento em que o colo do útero está fechado.

O uso de prostaglandinas no recurso terapêutico da piometra apresenta:

  • Taxas variáveis ​​de sucesso;
  • Recorrência da doença;
  • Rompimento com sucesso no futuro.

Um veterinário pode ajudar a decidir o melhor curso de tratamento, dependendo da situação específica da cadela.

O que acontece se o animal não for tratado logo que diagnosticado?

A chance de resolução bem-sucedida sem cirurgia ou uso da prostaglandina é extremamente baixa. Quando não se inicia o tratamento rapidamente, os efeitos tóxicos das bactérias serão fatais em muitos casos.

Se o colo do útero estiver fechado, é possível que o órgão se rompa, espalhando a infecção na cavidade abdominal, como citado. Isso também será fatal. A piometra é uma condição médica séria que requer tratamento imediato.

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