Anfíbios

Conheça a salamandra, um anfíbio de aparência agradável e simpática

Salamandra

Os anfíbios vivem em ambientes aquáticos e terrestres. A salamandra pertence a esse grupo. O nome salamandra tem origem no grego e quer remeter à capacidade de algumas salamandras resistirem ao fogo, como a Salamandra do fogo. Esse animalzinho de cores pretas e amarelas costuma esconder-se em meio à lenha e afasta-se quando a temperatura aumenta além do que ela é capaz de suportar.

As salamandras possuem corpo alongado, e assim como os tritões são representantes do grupo dos caudata ou urodelos, pois possuem cauda.  Suas patas laterais são curtas e existem espécies de tamanhos variados.

Algumas espécies de Salamandras

Proteus anguinus: A salamandra cega de Olm

Esta é uma das espécies mais antigas do mundo, considerada um fóssil vivo por alguns cientistas. Ela é cega como o nome já diz, e vive a grandes profundidades de águas subterrâneas no sul da Europa. Em contrapartida, o olfato e a audição desses animais marinhos são super desenvolvidos para que o animal realize a predação. Apesar disso, a espécie pode passar 10 anos sem se alimentar.

Devido a sua aparência ela é conhecida por peixe humano, isso porque a epiderme desses animais assemelha-se a de humanos. A coloração branca é devido à escuridão ausência de luz das águas subterrâneas.

A salamandra de Olm é exclusivamente aquática, diferentemente de outros anfíbios.

Este animal foi citado por Charles Darwin em sua primeira obra, “Origem das espécies”.

Salamandra

Andrias dadivianus: A Salamandra gigante da China

Essa salamandra pode chegar a 1 metro e 80 centímetros de comprimento, chega a pesar 30 kg, ocupando o primeiro lugar no ranking de maior salamandra do mundo. É também o maior anfíbio conhecido até hoje.

A espécie é raríssima e está sob risco de extinção devido à pesca predatória, invasão de espécies exóticas e degradação de seu habitat natural.

Em uma pesquisa recente, foi descoberto que existem 3 espécies diferentes de salamandra gigante, e não apenas uma. A maior das três espécies é a salamandra gigante do sul da china, a Andrias sligoi. Estima-se que a salamandra gigante da china mais antiga, encontrada em cavernas subterrâneas tenha próximo de 200 anos de vida.

Além disso, a maioria das espécies de salamandras possuem hábitos noturnos e alimentam-se de peixes, minhocas e insetos.

Ambystoma macrodactylum: A Salamandra de dedos largos

Este animalzinho simpático, com os dedinhos compridos, passa por uma fase de metamorfose antes de poder explorar ambientes terrestres. Nesta fase que chamamos de larval, essa salamandra pode desenvolver um hábito incomum: o canibalismo.

Mas não é preciso entrar em pânico! Elas desenvolvem essa característica apenas em ambientes nos quais as condições de alimentação e espaço em meio aquático estejam restritas. É uma forma de autorregulação da superpopulação da própria espécie, que contribui para o equilíbrio ecológico.

Salamandra salamandra: A Salamandra do fogo

Suas cores vibrantes, preta e amarela já indicam: elas são venenosas. Apesar de lindas, estas salamandras liberam pela pele as substâncias tóxicas, as quais consistem em alcaloides capazes de provocar contrações musculares agudas, elevar a pressão sanguínea e deixar o predador hiperventilado.

As glândulas produtoras de veneno estão localizadas próximos ao pescoço da salamandra. Ademais, elas utilizam esse recurso para escapar de seus predadores, como um mecanismo de defesa. Uma curiosidade a respeito das manchas em seu corpo é que elas são únicas em cada indivíduo, semelhante às digitais nos humanos.

Esses animais têm o hábito de abrigar-se ou até mesmo hibernar ao redor da lenha, utilizada em certas regiões para produção de fogo. Por este motivo, elas foram identificadas como as salamandras de fogo por alguns filósofos observadores, como Aristóteles.

Elas vivem em regiões europeias e também podem ser encontradas em Portugal, e podem chegar a 30 cm de comprimento.

Salamandra

Ciclo reprodutivo

As salamandras se reproduzem de forma sexuada, ou seja, por fecundação de gametas. São seres dioicos (que têm macho e fêmea em indivíduos diferentes).

Algumas espécies como a salamandra de fogo possuem reprodução ovovípara. Neste caso o ovo permanece dentro do corpo materno até o fim do desenvolvimento embrionário.

Outras espécies de salamandras liberam os óvulos que são fecundados e desenvolvidos em meio externo, são o que chamamos de ovíparos. Neste caso ocorre o desenvolvimento indireto, por metamorfose.

Na fase larval elas apresentam respiração por brânquias externas e plumosas, o que permanece na fase adulta em algumas espécies de salamandra, como o exótico axolote.

Alimentação

As salamandras são carnívoras desde a fase larval. Além disso, utilizam a projeção da língua para capturar insetos, larvas de outros animais, pequenos peixes e crustáceos.

Curiosidades a respeito da Salamandra:

  • Todas as espécies de salamandras vivem em lugares úmidos e frescos; pois necessitam de água constantemente;
  • Algumas espécies de salamandras terrestres podem viver até 30 anos;
  • Alguns fósseis encontrados desses animais datam 160 milhões de anos aproximadamente;
  • Existem salamandras com cores vermelhas, laranjas, que indicam que se tratam de animais venenosos assim como o amarelo;
  • Quando ameaçadas, as salamandras emitem sons a fim de espantar predadores;
  • As larvas costumam ter ⅙ do comprimento das salamandras adultas;
  • Crenças mitológicas costumavam inferir às salamandras significados satânicos, devido à capacidade que esses animais apresentavam de “nascer do fogo”.

Apesar de estas espécies não estarem enquadradas como espécies em risco de extinção, é preciso conservar os ambientes em que elas vivem. Atividades como queimadas e outras potencialmente poluidoras de corpos hídricos podem oferecer riscos a esses animais.

Criação de salamandras

As salamandras favoritas para criação em cativeiros e comercialização são os axolotes, e as terrestres coloridas.

Outras espécies, marinhas e de maior porte são capturadas sendo utilizadas para fins culinários.

No Brasil é proibido o comércio de salamandras e tritões desde 2005. Apenas é permitido ações para preservação desses anfíbios. Desta forma é permitido apenas a criação da espécie axolote em aquários de tamanhos adequados.

A salamandra é muito sensível à produtos químicos e óleos, devido à sua pele ser extremamente permeável. Esse fator reforça a necessidade de evitar a poluição de ambientes aquáticos composta por uma diversidade de espécies de salamandras. Outrossim, são muito exóticos e possuem características particulares bem interessantes. Tome muito cuidado ao manusear estes bichinhos caso tenha a oportunidade de conhecê-los pessoalmente!

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