Os oceanos guardam mistérios e são habitados por seres impressionantes. Um deles é a Aranha-do-mar, que, na verdade, não é um aracnídeo, pra começo de conversa. O resto você descobre acompanhando este post. Vem comigo desbravar o tema de hoje!
Ela caminha de modo assustadoramente lento com suas patas magras. Seria uma presa fácil se dependesse somente de sua agilidade para fugir de inimigos, porque não consegue correr e quase não sai do lugar.
Para compensar, é expert na arte da camuflagem – uma estratégia que usa especialmente quando é mais jovem e menos preparada para se defender.
Algumas espécies de Aranha-do-mar mudam de cor, a ponto de serem confundidas com as profundezas do oceano. Já outras aproveitam algas e esponjas aderidas às suas carapaças espinhosas.
Uma variedade, encontrada apenas em recifes tropicais, é famosa como “caranguejo arlequim”, devido os materiais muito coloridos com os quais costuma cobrir seu corpo.
A Aranha-do-mar é um animal da classe de artrópode conhecida como picnogônidos ou pantópodes (ordem Pantopoda), posicionada recentemente dentro dos Cheliceriformes.
Encontrada em todos os oceanos, essa fascinante criatura está distribuída em mais de 1000 espécies, marcantes também pelas variações de coloração. E vive em profundidades que vão de 30 a 300 m.
No geral, apresenta garras pequenas, de quatro a seis pares de patas, pernas esguias, seis espinhos fortes de cada lado da carapaça; corpo avermelhado com manchas em tons rosados, marrons ou amarelos.
Nada na Aranha-do-mar é simples ou habitual, inclusive entre os companheiros aquáticos. Ao nascer, é uma larva nadadora que, depois, vira um tipo de caranguejo. Este, por sua vez, muda de casca na medida em que cresce. Dá uma olhada na foto abaixo!
O abdômen da Aranha-do-mar é bem pequeno quando comparado às patas. Para otimizar o espaço do corporal bastante curto, o estômago vai por dentro das patas ocas. Explico melhor isso e muito mais a seguir!
Aranha-do-mar: digestão e circulação diferenciadas
E não é só a aparência que chama atenção na Aranha-do-mar, que tem seu jeito único de devorar animais imóveis como anêmonas e esponjas.
Utilizando suas longas probóscides, ela suga pedaços de suas vítimas amaciados por seus sucos digestivos. Seu cardápio principal é composto de bichos mortos. Nada melhor para quem mal sai do lugar, né?
A novidade agora, vinda de um estudo publicado no Current Biology, dá conta de outra esquisitice (pelo menos para nós): a Aranha-do-mar não bombeia sangue com o coração, mas com as entranhas!
Isso porque seu trato digestivo não é lá grandes coisas, uma vez que dispõe de espaço pequeno no abdômen para acomodar os órgãos. Então, as “tripas” da Aranha-do-mar se espalham, ocupando todo o comprimento das patas.
Comparando com os humanos, esse seria o sistema circulatório desse animal curioso, no qual as entranhas atuam como “recheios” que preenchem a área que sobra.
Assim, cumprem a função de transportar oxigênio rico em hemolinfa, ou seja, o equivalente ao sangue nos artrópodes. Um método completamente novo para a ciência.
Por meio de uma intensa contração das vísceras, a hemolinfa é movida para frente e para trás através de sua estrutura física esguia. Com um detalhe: esse “sangue” da Aranha-do-mar existe abertamente, não circula em vasos como os nossos.
Esse trabalho pesado de bombeamento é essencial para ajudar os fracos batimentos cardíacos, que mal dão conta do funcionamento de seu mínimo corpo central. E mais: auxilia o aparelho respiratório, algo também extremamente incomum.
Aliás, o intrigante processo contribui com a solução de alguns enigmas, perguntas sobre como a Aranha-do-mar consegue existir.
Afinal, para completar o mistério, ela não possui brânquias; captura o oxigênio da água passivamente através da difusão promovida por seus exoesqueletos porosos.
Uau! Haja fôlego para mergulhar nos segredos da Aranha-do-mar. Espero que tenha gostado!
Aguardo você aqui em breve…
Até lá!
Imagens: Pixabay
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