Sem dúvida as lesmas não gozam de grande popularidade no reino dos animais, ao menos no que diz respeito ao gosto estético dos humanos. É um inseto bem… feio. Nojento, na verdade. É coberto de muco que deixam marcas no solo, se rastejam de forma muito lenta e ainda gera dor de cabeça para os agricultores, pois é uma comilona de marca maior.
Fica difícil apreciar esse molusco. Ainda têm a desvantagem de serem facilmente confundidas com os seus primos: caracóis e caramujos. No Brasil são tratados como sinônimos e dependendo da região lesma se refere ao “caracol” e caracol as “lesmas”. Mas verá que apesar de parentes são diferentes.
Outra curiosidade em relação às lesmas é de que há espécies nativas de nosso solo e espécies europeias que também rastejam por aqui. Fato que leva a pensar: como diachos essas grudentas conseguiram atravessar a distância abissal que separam os continentes e como conseguiram sem morrer de fome?
A maioria das novidades que chegaram em terras brazucas no passado derivam da época do descobrimento, da colonização. Ao que tudo indica, as lesmas chegaram por aqui via embarcações dos exploradores europeus e desde então veem se reproduzindo e curtindo o calorão do país.
Mas essas são apenas algumas das curiosidades relacionadas a lesmas. Se jamais dedicou um tempinho a esse molusco impopular, por talvez não conseguir fitá-lo por muito tempo e cuja lembrança provocar asco, chegou à oportunidade. Basta prosseguir na leitura e, se for o caso, não precisa ficar “apreciando” as imagens não.
Saiba mais sobre as lesmas a seguir!
O que são lesmas?
Lesmas são moluscos gastrópodes da subordem Stylommatophora. O corpo é constituído por manto, pés e cabeças. A cabeça tem tentáculos retráteis. Esses tentáculos cumprem funções ópticas e funções sensoriais. Além disso, as lesmas têm milhares de dentes.
A massa visceral e o corpo sofrem uma torção de 180 graus conforme o avanço de seu desenvolvimento. A consequência disso é o enrolar do corpo sobre si mesmo caracterizando a concha dos caracóis, mas ao contrário destes não contam com uma concha externa.
As lesmas se alimentam de flores, folhas e pequenos frutos, por isso seus habitat naturais são ambientes úmidos fartos de vegetação. Ambientes característicos de hortas e campos de plantação. Aliando ao fato de que as lesmas têm capacidade de ingerir o equivalente ao dobro de seu tamanho de alimentos em apenas uma única noite, explica-se porque são indesejadas pelos agricultores.
Uma maneira de saber que a área está infestada de lesmas é observar no solo os rastros das marcas do muco que deixam na terra ao se rastejarem. Aliás, o muco não serve apenas para atender duvidoso gosto estético do molusco, tem função prática. É pelo muco que as lesmas se orientam sobre a sua localização. Caso se percam, reencontram o caminho ao notar as marcas que deixou no solo que passou anteriormente.
Diferenças de espécies
Conforme exposto acima, no Brasil há espécies de lesmas nativas e estrangeiras. E essas espécies se diferenciam não apenas na origem, mas em características físicas também.
As “lesmas nacionais” são mais achatadas, o corpo, enquanto que as europeias tem formato mais cilíndrico. As europeias também apresentam como diferença uma concha reduzida, transparente, encoberta pela dobra de pele. Dobra que parece uma corcunda.
Diferenças das lesmas com caramujos e caracóis
Para acabar de vez com a confusão que se faz entre lesmas, caracóis e caramujos, eis as diferenças. A principal delas é que lesma é um molusco que não tem uma concha externa própria, diferente dos outros moluscos de comparação.
Os caracóis têm conchas mais leves e frágeis. Além disso, podem ser encontrados tanto em terra como debaixo d’água.
Já os caramujos são encontrados no mar e têm conchas mais resistentes. Resistência que vem da espessura e do peso, por isso as conchas são maiores das que se verificam nos caracóis.
Portanto, vemos que a diferença nuclear entre as essas espécies de moluscos se concentra na concha. Seja pela existência dela ou não, seja por sua resistência.
O sal na lesma
Talvez já tenha ouvido falar no papo de colocar sal em cima das lesmas para dá fim a infestação. Saiba que não se trata de papo de botequim. De fato, o sal é um instrumento eficaz para exterminar as lesmas. Mas por que causa efeito tão devastador nesses moluscos?
A explicação reside no fato das lesmas serem sensíveis a desidratação. O cloreto de sódio existente no sal consegue absorver a oleosidade natural da pele da lesma fazendo com que seu corpo não consiga reter o líquido que garante a sua hidratação. Situação que provoca a sua osmose.
Outras curiosidades
Lesmas são hermafroditas. Significa que é um organismo que detêm os órgãos reprodutores de ambos os sexos, masculino e feminino. A maturidade sexual das lesmas podem demorar até 3 anos. A capacidade de produção de ovos pode chegar a 400 por ano.
Lesmas conseguem se esticar até 20 vezes o seu tamanho normal. As ocasiões em que necessitam exigir tanto de seus corpos são as que as obrigam passar em aberturas pequenas. A causa para se passar em tais aberturas é sempre pela caça de comida.
No mar também existem lesmas. Lesmas sem concha, com concha pequena, mas encoberta pela pele, e outras que são coloridas e que até brilham.
Falando de lesmas marinhas, uma das características curiosas da espécie é que elas são capazes de abandonar partes do corpo para se livrar dos predadores. Quando um predador a ataca e arranca pedaço de seu corpo, elas não fazem nenhuma cerimônia de abandonar o pedaço arrancado e seguir em frente enquanto o adversário se distrai com o seu fragmento.
As lesmas terrestres podem chegar a medir até 30 cm de comprimento, já as marítimas podem alcançar mais de um metro e pesar algo em torno de 15 quilos! São tão gigantes e pesadas que necessitam do apoio de duas mãos, as quais cobrem completamente.
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