Existem cerca de 21 espécies de tatus – conhecidas e não extintas. Esse tipo de animal pode ser encontrado em todo o continente americano. Hoje, você vai conhecer dois tatus brasileiros e ver outros detalhes sobres esses bichos curiosos. Vem comigo!
Em geral, os corpos dos tatus possuem uma carapaça dividida em cintas móveis. Onívoros, a base de sua alimentação é, na maioria das espécies, formada de formigas e cupins.
Quanto aos tatus brasileiros, o tatu-bola (Tolypentis tricinctus) é um dos destaques, sendo o menor e único nativo do território nacional, além de considerado atualmente a espécie mais rara de edentado.
Sua característica marcante é a capacidade de ficar todo enrolado quando molestado ou em situações de risco. Por isso, recebeu popularmente o apelido de tatu-bola.
Trata-se de um bicho pequeno, com cerca de 40 cm de comprimento e mais 10 cm de cauda tuberculada recoberta por placas arredondadas.
O escudo cefálico do tatu-bola é bastante desenvolvido. Sua carapaça é arqueada; já as partes escapular e pélvica são cobertas de placas que variam de ovais a hexagonais.
A cor de seu corpo vai da amarela à parda escura, dependendo do ambiente em que vive. A carapaça do Tolypentis tricinctus é separada por duas a quatro cintas ou bandas articuladas, em média. O mais frequente é a presença de três faixas flexíveis.
O nosso tatu-bola corre perigo de extinção e, até 1989, eram conhecidas somente seis espécimes. Na verdade, o T. tricinctus está praticamente extinto em Sergipe, no Ceará, Noroeste de Minas Gerais (perto da fronteira com a Bahia) e no Rio Grande do Norte.
O que sobrou de suas populações está distribuído de modo escasso e fragmentado em localidades de acesso difícil, na caatinga arbustiva de solo arenoso em municípios com baixa densidade demográfica.
Os remanescentes do tatu-bola são notados em alguns pontos da Bahia. Há ocorrência do animal ainda em unidades de conservação como o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e Estação Ecológica do Raso da Catarina (BA).
No passado, era abundante em todos os estados do Nordeste, mas foi sumindo aos poucos devido fatores diversos, entre os quais estão as mudanças grandes nos ecossistemas de origem. Ele também não conta com muita habilidade cavadora, portanto, a única forma de defesa é enrolar seu corpo ao ser incomodado.
O tatu-bola é facilmente capturado, geralmente com auxílio de cachorros. O que tende a ser mais fácil, aparentemente, no período de acasalamento, em função de seus hábitos reprodutivos. Nessa época, vários machos podem ser vistos acompanhando uma fêmea.
A carne do Tolypentis tricinctus é apreciada em algumas cidades, mais precisamente ao longo de certas zonas mais pobres do país. Em décadas passadas, chegou a ser uma importante fonte de alimento de comunidades da caatinga nordestina.
Tem ainda o tatupeba (Euphractus sexcinctus), este simpático bichinho das fotos do post, sobre o qual podemos falar qualquer dia desses…
Tatus brasileiros: tatu gigante (canastra)
O tatu gigante ou tatu-canastra, uma espécie rara, é outro que merece atenção ao falar dos tatus brasileiros. Recentemente, um exemplar foi encontrado em Gurupi, no Tocantins.
O animal, com mais de 1 m de comprimento e cerca de 30 kg, andava pelas ruas, cansado e machucado, chamando atenção dos moradores. E foi capturado pela Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental de Gurupi (Cipama), sendo o primeiro do gênero a ser apreendido pelo órgão.
Mesmo frágil, foi capaz de quebrar uma gaiola para tentar fugir. Suas garras enormes, certamente, facilitaram a tarefa desse bicho cuja alimentação é baseada em pequenos besouros, formigas, raízes e até cobras.
A espécie está ameaçada de extinção, tem caça proibida, e o cerrado é habitat natural dele. Como não era domesticado, os policiais ambientais levaram o animal a um local adequado para fosse solto.
O QC Animais espera que tudo tenha ficado bem com o tatu-canastra, claro! Assim como o tatu-bola, ele é um integrante precioso do grupo dos tatus brasileiros. Enfim, nossa fauna é linda e rica. Vamos cuidar com carinho dela!
Até breve!
Imagens: Luiz Carlos Rocha – Flickr CCO
Faça um Comentário