Cavalo

Farelo de trigo para cavalo: vantagens e desvantagens

Farelo de trigo para cavalo consiste em uma alternativa mais viável para produtores que não podem ou não querem investir em alfafa para cavalo, por exemplo. Mas será que ele é interessante para todos os animais ou em todas as circunstâncias? Vou esclarecer alguns pontos sobre o alimento hoje…

Primeiro, vou falar do trigo (Triticum aestivum), uma gramínea cultivada no mundo todo. É oriunda do Oriente Médio, tendo surgido há mais de 8 mil anos.

No formato de grão, possui menor nível de fibra bruta, além de apresentar proteínas insolúveis capazes de absorver água e resultar em viscosidade. Com isso, há risco de criar uma massa pouco solúvel no estômago, resultando em consequências muitas vezes graves.

Na etapa de beneficiamento do grão, sua casca tem de ser separada do albúmen – e o farelo de trigo é justamente esta parte mais externa. Dar farelo de trigo para cavalo significa oferecer um subproduto.

O motivo de o farelo de trigo para cavalo não formar massas pegajosas com tanta facilidade quanto o grão é porque ele possui uma parte mínima albúmen, atingindo teores de fibra bruta entre 10 e 15%.

Na realidade, o recomendado é que, para definir práticas nutricionais eficazes, é vital conhecer tanto o funcionamento do trato digestivo do animal quanto o potencial de seu nível de eficiência.

Farelo de trigo para cavalo: o que mais deve ser considerado

O respeito às particularidades da digestão do animal e aos objetivos da criação do equino faz toda a diferença no sucesso da equinocultura.

O êxito nas tarefas equestres está diretamente ligado também à etapa fisiológica na qual o cavalo se encontra. A nutrição dos animais cumpre um papel fundamental neste sentido. No entanto, os custos de uma alimentação concentrada pesam muito. Por isso, é essencial buscar alimentos alternativos para compor as rações, seja qual for o uso do animal.

É preciso formular rações mais eficientes e economicamente viáveis, assim como continuar desenvolvendo pesquisas sobre a composição química e o valor energético dos alimentos.

O problema é que o farelo de trigo traz principalmente amido. Ele faz com que o animal ganhe peso, mas não músculo. É parecido com o que acontece conosco: para ganhar massa magra, é importante consumir proteínas, e não amido.

Ou seja, uma alimentação somente à base de amido faz o cavalo engordar e ficar com energia. Entretanto, se a intenção é fazer do animal um “atleta”, isso não basta.

Neste aspecto, o farelo de trigo para cavalo pode não ser uma boa ideia isoladamente, ainda mais se o bicho não for exercitado. Dessa maneira, ele acabará pesado, sem fôlego para trabalhar.

É claro que não estou dizendo aqui que o farelo de trigo para cavalo não deve ser utilizado. Em minhas pesquisas, entendi que tudo depende do contexto, como você pode notar…

Por ser rico em fibras, o farelo de trigo é, originalmente, interessante para melhorar a fisiologia do animal. Porém, abusar de sua ingestão costuma provocar efeito laxante indesejável.

E mais: é recomendável conhecer bem a interação desse subproduto com os outros itens da ração do cavalo, para que haja um balanceamento ideal levando em conta também o peso e a raça.

Para uma tropa de cavalos de trabalho em fazendas de gado, por exemplo, alimentos alternativos podem ser uma alternativa de suplementação mais barata e com bons resultados.

Na verdade, existe receio ligado ao uso de subprodutos na dieta dos equinos, especialmente por conta de uma elitização da espécie e do conceito (considerado equivocado) de que eles causam cólicas, entre outros distúrbios.

A relutância e as dificuldades em optar pelo farelo de trigo para cavalo e demais produtos exigem, mais do nunca, a atuação de um profissional especializado. Só ele pode indicar como aproveitar melhor o farelo de trigo para cavalo e todas as outras opções alimentares.

Até a próxima!

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