Você sabia que não existe um animal específico chamado arara? Mas, na verdade, o termo se refere a um grupo de animais pertencentes a uma família. Abaixo você pode conferir algumas espécies de araras, suas características e curiosidades bem interessantes.
Sobre a arara
Vamos entender o que todas elas possuem em comum antes de falar de algumas das espécies mais famosas. São animais da família Psittacidae, mas nem todos os animais dessa família são necessariamente araras. As araras são todas de médio ou grande porte e são conhecidas principalmente por suas cores fortes e exóticas que contrastam muito com a vegetação natural.
São nativas da América do Sul e a grande maioria das espécies podem ser encontradas no Brasil, que é rico nos principais alimentos dessas aves.
Alimentação da arara
Sua alimentação é, no geral, frugífera, envolvendo morangos, maçãs, bananas, peras, melancias e uma série de outros frutos doces em árvores, mas também podem envolver grãos, cascas de árvores, ervas, plantas e até mesmo flores.
Como se relacionam
As araras são amistosas e vivem em bando ou em casais, inclusive vivem a vida inteira com o mesmo par e trabalham em equipe. O macho fica responsável de alimentar a fêmea e os filhotes, enquanto ela é responsável por incubar os ovos e suprir as necessidades dos filhotes, além de protege-lo.
Embora as araras sejam amistosas entre as de mesma espécie, podem rivalizar com outras araras distintas. Um exemplo disso é que a arara-vermelha e a arara-azul não se dão bem, brigam, destroem a ninhada umas das outras e disputam territórios.
Como lidam com predadores?
Elas precisam lidar com alguns tipos de cobras que querem roubar seus ovos, além de quatis, gambás, algumas espécies de macacos e, corriqueiramente, alguma ave de rapina, mas no geral, por viverem em bandos, se dão muito bem contra predadores que querem pegá-las.
O maior predador dos ovos são os tucanos, que costumam ser bem ousados, enfrentando casais nos ninhos, devorando os ovos e até mesmo os filhotes se forem simplesmente pequenos demais.
O homem é o maior predador, que capturam araras para mantê-las em cativeiro e realizam a venda e comércio ilegais, principalmente de ovos.
A arara-vermelha
Quando se fala em arara, as pessoas costumam pensar na arara-azul ou em uma arara-vermelha com poucas penas coloridas. Na verdade o animal que é chamado vulgarmente de arara, é na verdade a arara-vermelha. Um dos mais exóticos animais da fauna brasileira.
Apesar do nome, suas penas não são exclusivamente vermelhas, mas sim costuma ter as asas com penugem amarelada, azulada e esverdeada em um degradê que se funde perfeitamente ao vermelho intenso e predominante do seu corpo. São de grande porte, chegando aos 90 centímetros e pesando cerca de 1 quilo e meio.
A arara-azul
Essa famosa arara, conhecida por todos, na verdade se chama arara-azul-grande, pois existe uma outra espécie diferente que também é chamada de arara-azul. Encontrada no Brasil, essa bela ave é a maior Psittacidae, alcançando 1 metro.
Dentre todas as outras araras, é a mais cobiçada por caçadores ilegais e comerciantes do mercado negro. Seus ovos são muito valiosos, então é comum que homens os roubem do ninho, enquanto os mais ousados capturam casais e os mantém presos para que cruzem e incubem ovos. Não é uma prática que costuma dar certo, pois os animais adoecem e morrem.
Dentre todas as espécies de arara, essa é a que mais corre risco de extinção, não apenas pela caça, mas por invasão de habitat, desmatamento e destruição de seus lares, queimadas e uma agricultura invasiva que não se preocupa com barulhos e uma série de produtos que afetam esses belos animais.
Ararinha-azul
É uma arara de médio porte, com colorações azul e branca, em múltiplos tons. Infelizmente foi extinta da natureza e só existe hoje em cativeiro, por volta de 160 indivíduos. Era nativa da caatinga, mas o corte indiscriminado de árvores matou todas que viviam lá.
Sua beleza exótica a tornava alvo de contrabandistas, mas hoje estão protegidas em cativeiro. Infelizmente as observações de seu comportamento só foram datadas até 2001. Hoje com o avanço da tecnologia seria possível fazer um trabalho melhor, visto que o comportamento de animais in natura e no cativeiro podem se modificar muito.
A arara-militar
Ela leva esse nome por sua coloração verde predominante, mas também possui penas vermelhas, azuis e amarelas no corpo, de maneira sutil. É uma das poucas espécies que não habita o Brasil, mas somente no México, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador.
Algumas espécies podem ter a cor extremamente variada, não tendo o verde predominante e sim um mix entre azul, amarelo, vermelho e verde por todo o corpo, a tornando uma das araras mais coloridas de todas, junto com a araracanga. Sua beleza não perde em nada, comparada às outras.
Araracanga
É uma espécie de arara que habita muitas regiões do Brasil e do México. Possivelmente é a arara mais colorida e com maior variedades de cores, incluindo laranja e tons cinzas, e uma mescla das cores tradicionais de araras. São um belíssimo espécime que também se encontra em perigo de extinção e sua espécie continua em declínio, mas não existem medidas mais sérias sendo tomadas, pois ela ainda não está em risco extremo. Vale lembrar que ela já desapareceu de algumas regiões do México e totalmente extinta de El Salvador.
Ela é tida como animal de estimação em alguns lares, mas por ser um animal silvestre não é muito recomendado. Ela costumava ser presa em gaiolas antigamente, por seu canto e variedade rica de cores.
A importância da arara para a natureza
Além de serem belíssimos animais, as araras também colabora para o ecossistema de maneira constante. As araras em ambientes silvestres, por exemplo, costumam derrubar muitas frutas e não comê-las inteiras, isso auxilia na alimentação de outros animais menores e insetos.
Outro fator é que a arara come muitas sementes e suas fezes espalham essas sementes pela floresta, fazendo surgir novos frutos e até mesmo árvores. Sua variedade de espécies e beleza exótica tornam as araras um dos animais mais visitados em zoológicos, portanto podemos concluir que precisam ser preservadas e não apenas viverem em cativeiros, mas em seu ambiente natural, como lhes é de direito.
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